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Marketing de Conteúdo
A nova TV.
André Teixeira
Publicado em 06/02/2017 às 11:56De que lado você vai ficar ?
Certo dia estava conversando com um amigo quando ele começou a me contar a dificuldade que teve, algumas noites antes, de explicar à filha de 7 anos que ela teria de esperar para assistir um determinado programa na TV a cabo tradicional. Ela não conseguia entender, e provavelmente não entendeu até hoje, que não era só pegar o controle remoto, acessar o menu e pronto, desenho animado na tela, sem interrupções.
Uma criança de 7 anos não consegue entender o controle da programação da TV não estar com ela !!!! Esperar dia, hora e local determinados pela emissora é tão inconcebível quanto ser obrigada a ver um programa sem número de anúncios irrelevantes pipocando na tela toda hora. “Pai, como é que você aguenta ?”.
É meus amigos (as), acho que a TV do jeito que conhecemos está com os dias contados.
Como amante das novas tecnologias e da nova economia, vibrei com essa informação. É só mais uma prova de que o poder inevitavelmente vai para a mão do consumidor, democratizando as decisões e, principalmente, as relações entre marcas e usuários.
De olho nesse comportamento, a HBO acaba de estrear no Brasil o HBO Go, sua plataforma de VoD (Video on Demand). Fox+ e Globo Play são também movimentos das gigantes para tentar seguir o fenômeno Netflix e YouTube, que juntos são responsáveis por aproximadamente 50% de todo o tráfego de Internet nos EUA. A próxima a entrar nesse jogo é a Amazon, com a Amazon Prime. Os grandes estúdios produtores de conteúdo estão sob a ameaça de algum moleque genial com uma câmera de telefone na mão e uma boa ideia na cabeça. Esses moleques vão começar a ganhar seu Oscar muito em breve.
E como isso impacta no nosso dia a dia de marketing ? Hoje vivemos uma ruptura drástica. O Marketing de sofá, dos caríssimos 30 segundos do horário nobre, será substituído pelo Marketing Personalizado. Sem dispersões ou mensagens irrelevantes. Relacionamento individualizado e em tempo real.
Um campo fértil para desenvolvedores e para o mercado de softwares, aplicativos e sistemas que alcancem o espectador. A automação do marketing. Também uma possibilidade sem precedentes de empresas menores falarem com seu público com a mesma eficiência de uma campeã dos filmes de 30 segundos que nos acostumamos a ver.
As redes sociais e o conteúdo serão os pilares da interação. A era do que está sendo chamando de “Native Marketing”. Qualquer pessoa pode construir seu próprio conteúdo e fazer seu próprio marketing nativo. É interessante, é relevante ?? Sim, então será consumido. Se não, então Block, ou melhor, AdBlock.
As marcas terão que aprender a interagir com o conteúdo. Vão ter que aprender a viabilizar o que o cliente dela realmente deseja, que não será mais o tênis ou o carro. A futura geração não quer a marca. Eles querem a terceira temporada daquela série incrível que, “por acaso”, o herói usa o tênis e dirige o carro.
E nessa revolução da informação, com uma TV sob demanda, “mobile first”, preparada para IoT (Internet das Coisas), sem anúncios e sem intervalos, cheia de opções, de que lado você vai ficar? Dos que vão sentir saudades dos Domingos com o Silvio Santos ou dos que que acham tudo isso extraordinário e vão revolucionar também os seus marketing e seus relacionamentos com os clientes?
A futura geração de consumidores já sabe de que lado vai estar.
Pois é, caro leitor (a), e tudo isso por causa da filha de 7 anos do meu amigo, do seu filho de 10 e do meu sobrinho de 12 que não conseguem entender como o tio aqui conseguia assistir a “velha” televisão antes deles nascerem.

André Teixeira
Music Marketing