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Sabemos o que nosso consumidor quer?
Charles Blagitz
Publicado em 09/04/2012 às 13:04Nesses últimos dias resolvi fazer uma jornada pelas lojas nos shoppings e nas ruas especializadas em produtos para videogames em São Paulo (e no interior também). Uma coisa ficou muito clara para mim: esse mercado tem crescido, e ainda vai crescer muito mais.
Mas, apesar do crescimento vertiginoso, o que pude perceber é que não há novidades, não há acessórios atuais, não há lançamentos. Sempre são os mesmos tipos de produtos na maioria das lojas. Mas então o que está acontecendo? Vocês, caros leitores, têm ouvido o mercado para saber o que eles estão procurando?
Não há necessidade de se empreender pesquisas caríssimas para saber a opinião ou a preferência do público consumidor de videogames. Basta começar a frequentar o meio. E o meio é tanto físico quanto eletrônico. O Twitter já é um bom começo. Existem comunidades e tópicos discutidos sobre o mundo dos videogames e os produtos que orbitam em volta desse universo. Mouses para PCs, controles, câmeras, dispositivos diversos, tudo é motivo de discussão e debate, onde os usuários demonstram suas alegrias e tristezas com suas aquisições ou mesmo frustrações por ainda não terem conseguido este ou aquele acessório considerado “imprescindível” para jogar.
Blogs existem aos montes, mas poucos são fiéis ao tema, mesmo assim é importante consultá-los e acompanhá-los. É prioritário que a distribuidora e a fabricante tenham interesse ávido em ouvir o que o mercado está buscando. Somente assim poderão determinar qual produto lançar, avaliar se vale a pena ou não (afinal, o Brasil é um país onde ter ideias é fácil, mas executá-las é complicado e caro).
Saindo da esfera eletrônica, entramos no ambiente físico. Neste ano de 2012, muitos eventos relativamente pequenos estão agitando as comunidades ligadas ao mundo dos videogames. Desde a Campus Party em fevereiro (com mais de 7500 usuários acampados em um único lugar) até a primeira convenção nerd ocorrida no último dia 10 em Blumenau. Os temas abordados são tão diversos que até mesmo palestras sobre sobrevivência a ataques Zumbi aconteceram durante a feira, graças a um jogo chamado Life 4 Dead 2. E detalhe: foi uma das palestras mais lotadas do evento (parabéns Garotas Geek).
Ainda no mês de março tivemos outros três eventos em São Paulo que envolveram os usuários mais ávidos de videogames. Nesses eventos foi possível ouvir quais são os jogos do momento, quais marcas e quais acessórios estão sendo mais procurados e almejados por eles. Melhor do que lançar novos produtos para videogames é lançar aquilo que os usuários estão querendo.
Esses usuários, frequentadores de eventos de tecnologia (normalmente são chamados de Nerds, Geeks, algumas vezes até de Otakus) são peças fundamentais na divulgação de acessórios e produtos para videogames pois geralmente são considerados os gurus de informática e de games em suas famílias, em seus círculos de amizade e mesmo em suas escolas. As pessoas buscam nesses usuários opiniões, nomes e marcas, daquilo que eles conhecem e dominam e que podem recomendar para usarem. É muito mais assertivo e, definitivamente, muito mais econômico consultar alguém que vive e respira videogames para saber o que é bom e o que não é do que sair em busca de algo que não se sabe sequer se vai funcionar.
Outra regra importante no mercado de videogames: o básico vende, é claro. Mas não chama a atenção. Não vira objeto de desejo. Não leva sua marca ao podium do reconhecimento de mercado. É importante ter uma linha diversificada, que atenda a gostos diferenciados, e que possua produtos com alguma característica inédita.
Finalmente, leve seus produtos para o mercado conhecer. Participar e vivenciar eventos que tratem do tema videogames pode ser uma grande forma de tornar seu produto e sua marca conhecidos. Afinal, quando queremos conhecer algum produto novo, onde seria o melhor lugar para fazê-lo?

Charles Blagitz
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