Ainda me lembro de um comentário sobre microeconomia que ouvi em uma famosa escola internacional de negócios: “Orçamento, na verdade, é planejar o dinheiro que você já gastou e o que você ainda não ganhou...”, uma brincadeira fazendo referência quanto à incerteza das receitas e a certeza das despesas.



É inevitável nesta época em que o final do ano se aproxima pensar muito no ano que virá – recomendo um olho no peixe e outro no gato –, pois também é fato que em diversas indústrias, tal qual a de Informática, os últimos três meses do ano costumam gerar muitos negócios tanto no setor público quanto no privado.

Agora é hora de recuperar todo o investimento feito em capital intelectual e gestão da informação, e serão essas as melhores fontes que nortearão as suas decisões. Apesar de não existir nenhuma fórmula mágica, ninguém quer errar a mão, principalmente em um momento pós-crise quando se ensaia uma retomada, em que perder esta oportunidade pode retardar em muito os planos de crescimento.

Se você fez a sua lição de casa na crise, cortou todos os custos desnecessários, demitiu os funcionários ineficientes, renegociou contratos, fechou operações deficitárias e assim gerou o máximo de caixa possível para este momento. 



Comece pela revisão do seu Modelo de Negócios e do seu Plano Estratégico, para entender o que mudou no seu mercado e no cenário político e econômico, e identificar quem serão agora seus melhores clientes, fornecedores e parceiros.

Os modelos orçamentários podem ser muitos, sendo o modelo Incremental (o famoso “vamos crescer 20% e cortar 10 % dos custos”) o mais comum por aqui, quando se define um limite pré-aprovado para despesas. Muitas empresas estão adotando o temido orçamento base zero, em que todos os limites são iguais a zero; este modelo determina que cada despesa deva ser aprovada individualmente. Como cada doença tem seu remédio, os dois podem ser muito eficientes, dependendo do momento.

Uma boa maneira é começar por seu Orçamento de Vendas. É aqui que serão projetadas suas vendas futuras, que servirão de metas para as suas equipes comerciais. Apoiando estes números deverão estar os do Orçamento de Marketing, necessários para fazer a criação e o fortalecimento de marca, além de divulgação, propaganda, relações públicas e geração de demanda para seus produtos e serviços.

Validando estes números está o Orçamento de Caixa, que deverá garantir que os recebimentos futuros mais as vendas previstas serão suficientes para cobrir as despesas e investimentos neste mesmo período. Esta previsão ajudará muito, caso seja necessário tomar crédito ou buscar capital de terceiros para quitar dívidas e ou realizar investimentos, facilitando a busca pelo recurso com o menor custo em prazo mais favorável.

O seu portfólio de Projetos Especiais deveria ter um orçamento específico, consolidado no orçamento total, mas com a possibilidade de ser postergado ou cancelado se necessário.

Para quem não pensou em nada disso, é melhor começar a lustrar a sua bola de cristal.