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RH

A pirâmide do engajamento

Milene Lopes Schiavo

Publicado em 04/03/2013 às 13:15


É comum ouvir sobre as dificuldades de retenção dos profissionais, principalmente daqueles de melhor desempenho. Para identificar oportunidades de melhoria, muitas empresas realizam Pesquisas de Clima periódicas. As pesquisas tem o objetivo de monitorar o índice de satisfação dos funcionários e realizar planos de ação para minimizar situações desfavoráveis que possam impactar na motivação e, consequentemente, perda de pessoas. As empresas devem, então, buscar e garantir o engajamento dos seus profissionais a todo o tempo. Quanto mais comprometidos e envolvidos estiverem, menor será a probabilidade de eles desejarem buscar novos desafios em outras organizações



Com certeza vocês devem estar pensando o quão difícil é engajar as pessoas e perguntando qual é a “fórmula mágica” do engajamento. Infelizmente não existe nenhuma fórmula pronta, pois cada empresa tem uma cultura, um negócio, um ambiente e uma equipe. E deve, necessariamente, fazer um exercício constante de avaliação do clima organizacional e identificação dos pontos de melhoria com consequente plano de ação



Noto que muitas empresas e gestores tem a percepção de que engajar e garantir a satisfação do funcionário é difícil, pois esse está sempre insatisfeito. Bem, insatisfação é inerente ao ser humano, pois a nossa visão crítica do mundo nos impede de achar que está tudo perfeito. Mas, que não conseguiremos garantir 100% de satisfação, o que pode ser feito para tentar chegar o mais próximo possível? Apresento o conceito da “Pirâmide do Engajamento”, baseada na teoria das necessidades de Maslow. 



O conceito criado por Maslow indica que as pessoas possuem necessidades estratificadas e hierarquizadas, indo das necessidades básicas às necessidades mais elaboradas. Na “Pirâmide do Engajamento”, pode-se considerar que o funcionário também avalia o quão satisfeito está por uma sequencia de necessidades. Primeiramente o engajamento básico, através de um salário e função adequados. Depois o engajamento de segurança, onde avaliará o quanto se sente seguro (tanto em estabilidade, como até mesmo de localização/acesso). Depois o engajamento social, avaliando o quanto se sente bem com os relacionamentos no ambiente de trabalho (seu gestor, sua equipe, seus pares).  Depois as necessidades de autoestima, quando avaliará o quanto se confia no seu trabalho, respeita suas ideias e reconhece o que é realizado. Por fim as necessidades de auto-realização, quando avaliará se o seu potencial é percebido e concretamente utilizado.



As empresas devem estar atentas a esses fatores, a todo o tempo. E, como é uma hierarquia de necessidades, não adianta propor um excelente projeto para um funcionário se ele estiver com um salário defasado ou se ele estiver com um gestor que não o apoie. Portanto, deve-se oferecer todo o conjunto de necessidades do profissional da melhor forma possívelSalário, cargo e função compatíveis com o seu histórico profissional e capacidade de entrega. Ambiente seguro com benefícios, relações sociais saudáveis (comunicação, integração, cooperação e companheirismo). Aqui cabe uma menção especial ao gestor, pois é uma peça-chave e um fator crítico de sucesso. Como a qualidade do “chefe” é um dos fatores de maior peso para que um funcionário continue ou deixe uma organização, as empresas devem investir no desenvolvimento contínuo deste grupo. Depois a autoestima, onde é importante criar um ambiente de confiança e mecanismos de reconhecimento. Por fim a auto-realização, sendo importante garantir que os profissionais recebam desafios do tamanho da sua capacidade e possam entregar resultados concretos



Sabemos que não é fácil, mas a ideia aqui não era apresentar nenhuma solução. Mas demonstrar que existe uma hierarquia das necessidades também no engajamento profissional. E que não adianta atender necessidades superiores, sem que as básicas e intermediárias estejam plenamente atendidas. E que esta “Pirâmide do Engajamento” possa ajudar a análise do ambiente organizacional e estabelecimento de planos de ação por necessidades do profissional. Boa sorte, pois esta é uma jornada contínua!