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Estratégias Digitais

A revolução monetária das criptomoedas

Marcelo Martinez

Publicado em 02/02/2021 às 16:20

Moedas virtuais nunca foram tão desejadas e o reflexo desse interesse está aparecendo no mercado investidor que vem lucrando alto com a sua valorização. Para se ter uma ideia, só em 2020, enquanto o dólar caiu 4% e o ouro subiu 15%, o bitcoin valorizou 139%, superando em dezembro sua máxima histórica com uma cotação superior acima de US$24 mil. 



Criado em 2009, o bitcoin é a mais famosa moeda virtual em circulação, conhecida pela sua rápida valorização e pelo potencial de controvérsia. Armazenadas em carteiras virtuais, suas transações não precisam de intermediários e são registradas em blockchains, uma espécie de banco de dados descentralizado e seguro. O seu preço é determinado por quanto as pessoas estão dispostas a pagar, e por isso a volatilidade está muito presente em sua cotação.  


O que se viu em 2020, entretanto, é diferente. A moeda vive um período inédito de maturidade e, diferente do passado onde a valorização era puxada por investidores especulativos, grandes fundos estão apostando nesse mercado, dando mais estabilidade a sua cotação. Prova disto é uma pesquisa da gestora de ativos Fidelity, que administra US$ 3,3 trilhões em ativos, apontando que mais de 200 grandes investidores institucionais nos EUA e na Europa já investem em criptomoedas e pretendem aumentar suas posições nos próximos meses. 


Ainda assim, o maior desafio é que bitcoins e similares não sejam apenas lembrados para investimentos, mas também como moedas populares para transações comerciais. Neste sentido, um importante passo foi dado em dezembro pelo Banco Capitual, em parceria com a Tecban, administradora do Banco24Horas, permitindo que seus clientes saquem até oito diferentes moedas virtuais em qualquer uma das 23 mil máquinas da rede. A conversão é feita na hora e sem taxas. Outro avanço importante foi dado pelo PayPal, que obteve em outubro uma licença do Departamento de Serviços Financeiros de Nova York para o fornecimento de serviços de compra e venda de criptoativos. São movimentos que ainda que isolados, indicam um caminho pela frente.


Ainda que muitas pessoas estejam surfando no ciclo de alta, ainda há um longo caminho pela frente para considerar o bitcoin um investimento seguro. Não há qualquer regulamentação desse mercado e caso alguém seja vítima de golpes, não há com quem reclamar. A valorização rápida tem atraído investidores, mas o risco deve sempre ser levado em consideração. A volatilidade ronda esse mercado e é certo que em algum momento haverá perdas. O fato é que mesmo com contratempos, o movimento parece irreversível, e governos e empresas deverão escolher, não se vão ou não participar deles, mas quais caminhos adotarão.