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Recursos Humanos

Ações de capacitação

Milene Lopes Schiavo

Publicado em 05/10/2015 às 16:04

Dá para fazer mais com menos?


Estamos vivenciando um cenário econômico complexo. É certo que os executivos estão trabalhando na revisão dos projetos e prioridades em busca de maior eficiência orçamentária. É necessário, claro, adequar-se ao contexto atual e também preparar-se para possíveis novos desafios que ainda podem surgir.



As ações de capacitação nas empresas com certeza estão sofrendo reduções consideráveis de orçamento, afinal não para gastar tanto em treinamento, certo? Mas ao mesmo tempo as empresas precisam ficar mais competitivas, produtivas e os colaboradores desempenhando bem os seus papéis para que as organizações sobrevivam às turbulências atuais. Então temos um dilema. Se por um lado precisamos elevar desempenho e desenvolver mais competências, por outro estamos realizando cortes orçamentários nas iniciativas que trabalham exatamente com este objetivo.



Como as empresas devem, então, conduzir tal situação? É preciso utilizar estratégias educativas que contribuam para capacitar os colaboradores sem que isso represente um custo muito elevado.



A utilização do EAD (Ensino a distância) é uma das alternativas, pois pode substituir diversas ações presenciais por soluções educativas online. Para empresas com grande dispersão geográfica é uma boa alternativa. Para isso é necessário adotar uma plataforma (ambiente virtual de aprendizagem) que disponibilize os conteúdos e permita a gestão dos usuários. Muitas empresas já possuem suas plataformas e tem tirado proveito das diversas metodologias online que estão disponíveis para capacitar, engajar e mobilizar colaboradores. Hoje, além dos cursos online já conhecidos de muitos, existem diversos outros formatos que podem ser aplicados a depender dos objetivos a serem atingidos com cada ação/projeto: pílulas, games, quizz, tutoriais, storytelling, cartilhas, guias rápidos, video learning, podcasting, infográficos, fóruns, comunidades de aprendizagem, etc.



Outra alternativa interessante é investir em ações informais para capacitação e desenvolvimento de competências. Muitas empresas ficam “presas” a ações formais de treinamento, mas nem sempre o aprendizado se concretiza em “sala de aula”. Morgan MacCall, Robert W.Eichinger e Michael M. Lombardo do CCL (Center for Creative Leadership) desenvolveram o modelo 70/20/10, conceito de aprendizagem que mistura experiências e que defende que a aprendizagem ocorre de fato quando integramos ações formais e informais. Segundo esses autores, 70% da aprendizagem ocorre por meio de experiências da vida real, 20% por meio de observação e feedback e apenas 10% por meio de ações formais e presenciais. Sendo assim, adotar um modelo como esse no cenário adverso que estamos presenciando parece ser uma alternativa interessante. Portanto, se precisa reduzir investimento em capacitação,  mas ao mesmo tempo precisa melhorar produtividade e elevar o desempenho, foque em ações que demandarão envolvimento de pessoas, mas não necessariamente aporte de capital. Como exemplos dessas ações podemos citar: colaboradores aprendendo com colegas, roteiros guiados de atividade e acompanhados por tutores (profissionais mais experientes ou gestores), inclusão do colaborador em projetos de áreas diferentes, realização do trabalho de outro (cobertura de férias, licença médica ou até mesmo job rotation).



Podemos concluir que é sim possível “fazer mais com menos” e treinar um maior número de colaboradores com menor investimento financeiro. Mas para isso é necessário rever as soluções educativas utilizadas, adequando – da melhor forma possível – as metodologias disponíveis hoje às necessidades do negócio.