Comportamento
Afinal qual é o valor de uma mordida?
Alberto Lira
Publicado em 04/08/2014 às 13:18
Independente dos que desejavam ou não a Copa do Mundo no Brasil, ela passou e realmente nos fez esquecer o que ocorreu em sua primeira edição no país, quando perdemos a final para o Uruguai em pleno Maracanã. Desta vez nem passamos perto do nosso “Maraca”.
Apesar de não termos sido hexacampeões no futebol, mostramos ao mundo o calor e a generosidade de nosso povo perante aos estrangeiros.
Independentemente do que podíamos sentir perante ao que ocorreu, uma coisa é certa: não adianta lamentar o leite derramado, afinal o passado só serve para uma coisa – Aprendizado!
Gostaria de aproveitar a Copa como pano de fundo e fazer uma ponte entre o futebol e o mundo corporativo.
Qual é o valor de uma mordida?
Analisando o comportamento de um grande jogador, numa importante partida de futebol, entre as seleções do Uruguai e Itália, onde subitamente um evento exibia ao mundo o que uma emoção pode causar a uma pessoa, a um time e até quem sabe para uma nação.
Em determinado momento do jogo, o craque da seleção uruguaia, o “Luizito Suarez” como é carinhosamente chamado por seus torcedores, resolveu dar uma mordida no jogador adversário. O jogo transcorreu com a classificação dos uruguaios para a próxima fase. Entretanto, após o jogo, a FIFA reconheceu através das imagens que deveria punir o comportamento inadequado do jogador e não permitiu sua escalação no jogo seguinte.
Muitos torcedores atribuem que esta ausência impactou na desclassificação da seleção na outra fase, pois tratava-se de um grande artilheiro e seus gols fizeram falta naquela partida.
Os jogadores das seleções são convocados e escalados pela contribuição que deixam nos gramados. Bons dribles, cabeçadas, cobranças de falta, escanteios, pênaltis... Ou seja, vários atributos técnicos os valorizam no riquíssimo mercado do futebol.
Ficam famosos, tornam-se celebridades e ganham rios de dinheiro.
E quando as mordidas ocorrem no mundo corporativo, quais são as punições?
As empresas contratam seus profissionais após analisar aspectos tais como: formação acadêmica, experiência anterior, fluência em algum idioma, conhecimento sobre tecnologia, metodologia utilizada... Enfim, após uma forte análise técnica.
Os pontos acima somados aos nossos comportamentos, denunciam o quanto prosperaremos nas empresas.
Somos contratados pela condição técnica e demitidos pelos nossos comportamentos.
O fato é que somos contratados pela condição técnica e demitidos principalmente pelos nossos comportamentos.
Como estamos nos comunicando em nossas empresas?
Qual é a imagem que passamos para as pessoas?
Qual é a nossa qualidade nos relacionamentos?
Como serei lembrado quando sair desta empresa?
Como está a minha imagem perante os clientes internos e externos?
O fato é que o conhecimento está disponível e acessível para a grande maioria, contudo ele apenas nos potencializa na carreira profissional. O que nos fará emergir perante aos desafios do mundo contemporâneo, vai muito mais além.
É muito mais do que a condição técnica acessível e disponível para a grande maioria. É algo que está entre a fronteira de nossos conhecimentos e a experiência em confronto com as emoções, atitudes e valores que evidenciamos em nossa existência.
Um grande abraço!