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Opinião

As expectativas do setor de distribuição de TI para o 2º semestre de 2012

Publicado em 17/07/2012 às 09:21


José Bublitz é presidente da distribuidora SND e diretor da Abradisti (Associação Brasileira de Distribuidores de TI)



Vivenciar uma economia globalizada tem seus prós e contras. Digo isso baseado no fato de que a atual crise instaurada em vários mercados, principalmente no Europeu, demonstra ter o poder de carregar muitos outros países para a mesma situação. Certamente, dentro de um sistema integrado, ninguém passa por dificuldades sozinho



Assim, fica muito difícil traçar uma leitura otimista para o segundo semestre. Se tomarmos a China como exemplo, que hoje é a grande locomotiva do mundo, percebemos que o país pode ter grandes problemas pela dependência do consumo do mercado europeu. Mesmo que isso não aconteça, ela deve diminuir sua atividade econômica ou crescer menos. Por consequência, vai importar menos matéria prima, acertando em cheio nos negócios junto ao Brasil, que é um de seus grandes parceiros neste segmento. , teremos um efeito cascata



Se nos voltarmos para o mercado interno, mesmo com as tentativas que o governo tem feito para estimular o consumocomo a oferta de crédito mais barato e menor tributação em alguns mercados –, o consumo pode não ser suficiente para evitar uma queda acentuada ou a estagnação na atividade econômica



Quanto ao segmento de TI, nos últimos anos, ele teve um crescimento muito maior do que a economia mundial e brasileira. Até porque é um mercado novo e a tendência deveria ser esta mesma. Com isso, os negócios em torno da tecnologia podem ser menos afetados pelos efeitos de um aprofundamento da crise



Um dos efeitos primários é a procura por segurança dos mercados. Isto faz com que todos procurem um porto seguro, que hoje continua sendo o dólar e as aplicações junto ao governo americano, provocando uma desvalorização do real, aumentando o valor dos produtos e dos softwares que têm grande participação na formação de seu custo na importação. Neste quesito temos que ver qual será a atuação de fato do governo brasileiro, pois ele tem dólar e outros mecanismos para segurar uma alta desenfreada



Diminuindo aspectos negativos e partindo para o universo dos produtos, neste segundo semestre, a expectativa é que haja uma pujança muito grande dos tabletes. Na verdade, estamos vivendo esta situação desde o segundo semestre do ano passado, mas o volume de agora será impressionante. Também teremos a inclusão dos ultrabooks, que são um avanço dos notebooks com grande apelo de performance, design e portabilidade



Enquanto o Windows 8 pode ser a vedete deste fim de ano, pois vem com uma grande expectativa de sua convergência com PCs, Tablet e Smartphones. 



Muitos problemas poderão vir, mas temos uma grande perspectiva para os lançamentos e desenvolvimento de alguns produtos que estão no mercado, que não são mais novidades, mas continuam objetos de desejo dos consumidores brasileiros. Porém, a grande expectativa que ainda impera é sobre o que nosso governo vai fazer ou como irá tratar um aprofundamento da crise, pois mesmo com os incentivos podemos ter uma redução na disponibilidade de crédito, acontecendo um efeito dominó que refletiria nas revendas, caso tenham seu crédito reduzido.