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Estratégias Digitais

Digital mindset: o que é e por que precisamos tanto dele

Marcelo Martinez

Publicado em 01/10/2018 às 16:04


É impressionante a velocidade das transformações ocorridas com o incremento das tecnologias digitais em nossas vidas. Segundo a Singularity University, famosa think tank do Vale do Silício que oferece programas educacionais em tecnologia, em menos de 30 anos existirão mais máquinas que seres humanos, estaremos vivendo a era dos insideables (esqueçam o wearables) e com cerca de mil dólares compraremos poder computacional equivalente a todos os cérebros humanos juntos. Sem dúvida, a revolução digital é muito rápida e assustadora e optar por não acompanhá-la é colocar em risco a nossa sobrevivência enquanto profissionais e negócios.



 



Nesta nova era de ruptura um dos erros mais comuns quando se fala em transformação digital é que muitos líderes ainda pensam apenas nas tecnologias que irão acelerar processos, gerar mais eficiência e reduzir custos, e se esquecem de que o sucesso depende também de uma revolução cultural nas organizações, no caso, da consolidação do digital mindset, ou pensamento digital.



Um dos diversos estudos sobre o assunto é o “2017 Deloitte Global Human Capital Trends – Rewriting the rules for digital age” realizado com cerca de 10 mil líderes em 40 países que apontou que apesar dos indivíduos serem relativamente rápidos em se adaptar às inovações, as organizações ainda se movem a um ritmo mais lento, com estruturas e práticas que desencorajam inovações. Segundo a consultoria, empresas satisfeitas em geral pouco inovam, e neste momento de intensa transformação, mesmo aquelas líderes de mercado, tendem a ficar ultrapassadas e serem superadas por outras com pensamento digital.



Salim Ismail, famoso palestrante e estrategista de tecnologia e autor do livro “Organizações Exponenciais – Por que elas são 10 vezes melhores, mais rápidas e mais baratas que a sua”, prevê que em dez anos 40% das empresas listadas no índice Fortune 500 irão desaparecer por não adotarem uma cultura interna que incentive a inovação. Pode ser até difícil de acreditar, mas quem apostaria o contrário em um mundo com tantas empresas digitais de sucesso surgindo em diferentes áreas de negócios? Se voltássemos apenas dez anos atrás, era difícil de imaginar que a Android, uma pequena startup recém-adquirida pelo Google teria hoje mais de 1 bilhão de  usuários, que o Facebook, que ainda disputava espaço com o Orkut, teria 1,7 bilhão de usuários espalhados em todos os países do planeta, e que outras empresas como a Airbnb e Uber surgiriam neste período para valerem bilhões de dólares. A única certeza que temos é que dez anos é uma eternidade para a era digital.



O digital mindset é a forma como as pessoas estão em contato permanentemente com a tecnologia e determinam sua expansão em escala exponencial. Ele é peça-chave e indispensável para o sucesso das organizações modernas. Quando uma empresa conta com uma cultura que percebe a tecnologia como algo irrefutável para a transformação digital e tudo que advém dela, certamente se encontra à frente da concorrência e acima de tudo, da adaptação daquilo que é o futuro da indústria.



Para fomentar uma cultura interna de digital mindset, os líderes precisam promover o empoderamento dos funcionários na tomada de decisão, algo muitas vezes difícil de implementar como afirma pesquisa recente elaborada pela Mckinsey. Segundo o levantamento, apesar da intenção de estabelecer o pensamento digital em suas empresas, um quarto das empresas pesquisadas relatou que o maior desafio a ser superado é o medo de correr riscos. De fato, o início da jornada digital, mesmo que inadiável, é um grande mergulho no desconhecido, onde é impossível prever todos os passos e resultados. Essa virada de mindset é o motor de transformação para as empresas que desejam se posicionar na construção de um novo futuro, inovador e inspirador. A transformação cultural que conduzirá à revolução digital necessita de lideranças ativas que instiguem o time a inovar, arriscar e buscar novas oportunidades constantemente com foco nas experiências e desejos dos clientes.



Marjan Mohsenin, diretora de relações estratégicas da Singularity, aponta que na nova era os analfabetos não são aqueles que não sabem ler ou escrever, mas sim aqueles que não conseguem aprender, desaprender e reaprender. De fato todos nós precisamos aprender a aprender. A única certeza que temos nessa nova era de transformações rápidas e imprevisíveis é que as certezas envelhecem e são substituídas rapidamente. Precisamos nos mexer para não envelhecermos também.