PartnerSales


Imprimir

RH

Geração Y dilema ou solução?

Milene Lopes Schiavo

Publicado em 04/02/2013 às 10:34


Muito se ouve atualmente sobre as dificuldades em lidar com a geração Y e os conflitos desta geração com as demais nos ambientes organizacionais. Para quem não está acostumado com este termo, vale informar sobre isso (base no padrão americano, mais comumente adotado). Chama-se de “baby-boomers” a geração nascida no pós-guerra (entre 1946 a 1964), de geração X” quem nasceu entre 1965 e 1979, de geração Y” quem nasceu após 1980 e de geração Z” quem nasceu após o ano 2000.



Aparentemente a Geração Y tem causado maior impacto do que as anteriores e fez surgir uma série de estudos, discussões e questionamentos de “como lidar com a Geração Y?”.  Será que ela realmente se comporta de forma tão distinta? Será que não existe uma explicação para que sejam tão impacientes e imediatistas?



Acredito que jovem é jovem em qualquer época que vive. Todo jovem é contestador por natureza, gosta de revolucionar, confrontar! É claro que, ao longo do tempo, a forma de se fazer isso tem sido diferente. Afinal, estamos falando de épocas distintas. Mas, considerando que a Geração Y assistiu e foi protagonista da revolução tecnológica, o “tempo” dessa geração é diferente. Ela não é mais contestadora ou revolucionária. Ela é mais rápida! E por consequência, tem atitudes que adotam este “chip” para fazer as coisas. E assim esperam que tudo (incluindo o que acontece na empresa) seja mais acelerado.



Se as gerações anteriores levavam certo tempo para adquirir confiança no local de trabalho e sentirem-se à vontade para requerer uma promoção, o jovem da geração Y faz isso naturalmente logo que começa um novo trabalho. Para ele, isso é normal e não entende que está “atropelando o processo”. Se a geração anterior tinha um relacionamento com a hierarquia mais formal, o jovem Y também foi educado em outro padrão. Antigamente, tanto o respeito aos mais velhos da família quanto à obediência aos pais era sagrado. Com o passar do tempo, essas relações ficaram mais flexíveis e, até por culpa dos pais e da autoridade que começaram a dar para os filhos, as crianças passaram a ter um “poder” dentro de casa muito maior. E então esta criança cresce e vai para o mundo corporativo. Como é que queremos que ela entenda o que é a hierarquia e que não pode falar de certa forma com o seu gestor? Ele transfere o que aprendeu em casa para a sua vivência profissional.



A Geração Y, não diferente das outras, quer ser reconhecida no trabalho, fazer carreira e ter sucesso. Só que quer fazer isso de uma forma mais rápida e informal. Não quer esperar tantos anos para participar de projetos complexos, subir na hierarquia e ser reconhecida. Também não quer seguir protocolos antigos para se comunicar com os outros profissionais. Afinal, aprendeu desde cedo que com um ”clique” consegue informações imediatas e de várias fontes! Cresceu com computador em casa, controle remoto, diversos canais de TV, celular, internet, redes sociais e “Google”!. A percepção é completamente outra! E, obviamente esta geração transfere para tudo na sua vida essa mesma “lógica”. E não podemos culpá-los ou exigir que se comportem de outra forma e ainda julgá-los o tempo todo. O que temos que fazer é saber lidar com essas diferenças e tirar proveito disso.



Considerando-se que existem hoje no mínimo 03 gerações convivendo no ambiente organizacional, é natural que surjam conflitos, formas de pensar diferenciadas e comportamentos distintos. Mas, como toda diversidade, pode ser enriquecedora. Então, ao invés de debater sobre como lidar com a Geração Y, vale focar em como obter o melhor de cada uma das gerações, fazendo com que se respeitem mutuamente e reconheçam que todas podem contribuir de forma significativa. E se o jovem Y receber desafio, orientação, entender o significado do que faz e receber feedback,  adotará uma postura positiva e nada conflitiva. E assim será muito tranquilo gerenciar a Geração Y, obter o seu melhor e minimizar os dilemas que estão em pauta atualmente.