RH
JOVENS NAS ORGANIZAÇÕES
Milene Lopes Schiavo
Publicado em 09/05/2014 às 12:30O que pensam e o que buscam os jovens de hoje
A parcela de jovens nos quadros de funcionários tem aumentado de forma crescente. Cada vez mais as empresas investem na contratação de quem ainda está na graduação (estagiários) ou recém-graduado (profissionais iniciantes).
Sabemos que é muito importante ter na empresa os “talentos do futuro” e para isso investimos muitas vezes em recursos que ainda não possuem formação concluída, mas representam promessas de inovação, desempenho e grandes realizações.
Investir no talento jovem, além de ser importante para as Organizações, é um fator necessário. As empresas devem observar com maior cuidado e olhar para o que pensa e o que quer o jovem de hoje. Afinal de contas, vivemos numa nova era, onde o jovem tem aspirações diferentes quando se trata de trabalho e carreira.
Antigamente era muito comum entrar numa Organização e somente sair para a aposentadoria. Hoje dificilmente, se perguntado, o jovem dirá que pretende trabalhar numa única empresa. Seja pela aceleração do mundo moderno, pela necessidade de se ter experiências diferentes ou pela busca de crescimento rápido, este jovem quer e anseia por mudança.
A boa notícia é que, segundo recentes pesquisas realizadas pela Universum com estudantes brasileiros de Universidades Federais e pela Cia de Talentos/Nestview com jovens brasileiros aumentou-se de 30% para 41% a quantidade de jovens que buscam um ambiente estável em que possam amadurecer e construir uma carreira. Opa! Então muitos já estão entendendo que é possível ter boas experiências numa mesma empresa. Mas existe um ponto fundamental! E é neste ponto que as empresas devem prestar atenção. Os jovens que disseram isso colocam uma condição: querem ficar, desde que estejam felizes.
E esta “felicidade” se traduz em diversos aspectos:
- ter um propósito: a empresa, o seu negócio, o mercado onde ela está inserida e como atua tem que ter relevância e significado para este jovem;
- ser respeitado: ser ouvido, ser envolvido e ter certa autonomia na sua função;
- ser valorizado: ter espaço para contribuir e propor ideias, participar de projetos interdisciplinares, perceber que é levado em conta;
- ser desenvolvido: ter acesso a treinamentos, bolsas para programas de graduação e pós-graduação, cursos de idioma, processos de coaching e mentoring;
- ser reconhecido: entendem que o prazo ideal para uma mudança de função e/ou promoção é de 13 a 24 meses no máximo;
- ser bem liderado: querem gestores que os ajudem a ter tudo o que foi dito antes, que ofereçam feedback sincero e constante e os ajudem a desenvolver suas carreiras.
Podemos até pensar, qual profissional não deseja tudo isso? Realmente isso faz sentido para todos. A diferença é que existiam gerações que com ou sem isso, permaneciam na empresa. E o jovem de hoje pode até permanecer, mas desde que, exista uma proposta concreta do empregador que atenda seus anseios e que realmente visualize isso na prática.
Caso queira avaliar se sua empresa é interessante para atrair e reter os jovens, faça uma avaliação das suas práticas. Como dica, convide um grupo de jovens para opinar e participar deste processo. E, caso identifique que tem muitas coisas a melhorar, envolva este grupo no desenvolvimento do projeto. Deixe que eles criem junto, pois com certeza será muito mais assertivo e com maior probabilidade de sucesso.