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Opinião

Novos formatos logísticos na cadeia produtiva de TI

Publicado em 21/09/2011 às 12:59


José Bublitz é presidente da SND e diretor da Abradisti



Qual o formato logístico compatível com a velocidade do e-commerce B2C? Como fazer frente à customização extrema dos produtos? Teremos que ter estoque na prateleira para dezenas de modelos de notebooks por fabricante? Como prever a demanda de cada variação de modelo? Como enfrentar o trânsito próximo do impossível nas grandes cidades e as distâncias gigantescas entre cidades com custos logísticos razoáveis?



Estas são algumas perguntas que os novos formatos logísticos têm que responder. O faturamento direto, no qual o distribuidor envia o produto diretamente ao cliente final e comissiona a revenda responsável pelo negócio, é uma realidade há muitos anos no nosso mercado de distribuição. Evita-se a bitributação e a perda de tempo fazendo os produtos viajarem do distribuidor para a revenda, e de lá para o cliente final. Há operações inteiras de e-commerce B2C dentro de distribuidores usando este recurso.



O próximo grande passo é alocar fisicamente operações do distribuidor dentro dos fabricantes. Com isto, ganhamos o tempo de transporte do fabricante ao distribuidor, ganhamos um argumento fortíssimo para sermos considerados substitutos tributários, sendo extensões dos fabricantes. E continuamos fazendo o que fazemos de melhor: coordenando a chegada e a saída dos produtos para a revenda ou, melhor ainda, para seu cliente final. O grande desafio passará a ser a coordenação entre diversas operações logísticas dentro e fora de fabricantes para fazer com que todos os itens de um pedido cheguem simultaneamente (ou quase) ao seu destino.



O tempo ganho por evitar os transportes, as operações de recebimento e expedição intermediários e as vantagens fiscais podem compensar as dificuldades da coordenação e os acréscimos de custo por transportar separadamente os itens de cada fabricante. É natural que alguns pedidos se acomodem melhor neste formato que outros e esta avaliação deve fazer parte da expertise dos distribuidores.



Longe de acabar com a função do distribuidor e da revenda, este modelo usa o que cada elo da cadeia tem de melhor: a revenda no contato direto com o cliente final que ela conhece como ninguém; o fabricante que concentra seus esforços no desenvolvimento e na fabricação (eventualmente, também terceirizada); e o distribuidor que é a melhor opção na coordenação logística entre todos os elos da cadeia e um bom administrador das operações de crédito envolvidas. Enfim, o local onde a distribuição de conhecimentos, de produtos e de expertises realmente acontece.