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Opinião

O Wi-Fi está firme e forte, sim senhor

Steven Martin

Publicado em 29/04/2019 às 11:14

Alguns especialistas do setor preveem um futuro sombrio para o Wi-Fi. Eles citam o aumento dos planos de dados celulares "ilimitados" e a concorrência de tecnologias como LTE-U. Mas se prestarmos atenção em como essas novidades estão se desdobrando, entenderemos por que o Wi-Fi está na verdade experimentando uma alta taxa de crescimento.
 
Os planos com dados ilimitados para celulares e as comunicações de acesso fácil sem senhas são a alegria dos consumidores. Mas “ilimitados" não significa realmente "ilimitados". Se prestarmos atenção, veremos que o serviço com velocidade máxima poderá ser garantido apenas para o período de faturamento e até um determinado limite de dados. Depois que esse limite é ultrapassado — o que acontece rapidamente com os planos familiares de vários usuários — os clientes ficam expostos ao throttling, que reduz sensivelmente a largura de banda e o desempenho.
A promessa de acesso com alto desempenho a dados ilimitados é também um modelo de negócio insustentável para as operadoras a longo prazo. À medida que a demanda aumentar, as operadoras descobrirão que será necessário expandir suas redes LTE. Construir uma única torre de LTE pode custar milhões de dólares, e embora essas torres ofereçam uma cobertura excelente, sua capacidade é limitada e por isso elas não são uma solução viável.
E as pequenas células de LTE equipadas com LTE-U/LAA, que estão entrando com tudo no espectro de 5 Ghz usado principalmente pelo Wi-Fi? A LTE-U promete uma capacidade maior e por isso algumas operadoras estão aderindo a essa onda. Em comparação com as torres de macro células (macrocells), que podem cobrir alguns quilômetros quadrados, as células pequenas (small cells) cobrem no máximo um décimo disso, ou seja, apenas alguns quarteirões de uma cidade. É verdade que elas têm uma excelente capacidade, mas implantar centenas de milhares ou milhões de small cells pode acabar saindo mais caro que construir uma rede de macrocells.
Esse dilema se agrava com a questão imobiliária. As células pequenas precisam estar próximas a onde os usuários estão. Para conseguir permissão para a instalação, as operadoras precisam negociar contratos com cidades e até mesmo com proprietários de prédios individuais. Os aspectos logísticos são realmente desanimadores. Esses desafios são tão grandes que as operadoras estão fazendo lobby junto à Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) e ao governo federal para simplificar as regras de modo a que possam instalar células pequenas sem tantas negociações em nível local.
Agora vejamos o aspecto dos dispositivos. A previsão é que mais de 20 bilhões de chipsets para Wi-Fi serão entregues entre 2016 e 2021.1 Portanto, o Wi-Fi não vai acabar tão cedo. Além disso, a fabricação de dispositivos com Wi-Fi é muito mais barata porque os chipsets exigem menos silício e são feitos em maiores quantidades. Os chipsets para os dispositivos LTE podem custar de cinco a 10 vezes mais, e, além disso, geralmente envolvem tarifas mais altas para licenciamento. 
Por último, empresas de todos os portes em todos os setores dependem do Wi-Fi para suas redes locais (LANs). O Wi-Fi foi criado para atender às LANs, ao passo que o LTE é melhor utilizado em redes de longa distância (WANs). Além disso, com o surgimento de 802.11ac Wave 2 e 802.11ax, o Wi-Fi está rapidamente melhorando seu desempenho, seu nível de segurança e a integração das conexões de hotspot, e aumentando também sua capacidade de lidar com mais usuários, principalmente em ambientes de alta densidade.