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RH

Por que desenvolver pessoas?

Milene Lopes Schiavo

Publicado em 05/10/2012 às 11:15


Como profissional de Recursos Humanos, sou totalmente favorável ao investimento das empresas no desenvolvimento dos seus funcionários. Mas, quando analisamos as organizações de forma geral, percebemos que existe uma lacuna entre o que se exige dos profissionais e o que se oferece.



Certa indústria uma vez lançou uma campanha com um questionamento interessante: “vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais”? Independentemente da resposta correta o consumidor gravava na sua mente que o biscoito era fresquinho! E na sua empresa? Os funcionários não entregam mais porque eles não tem desenvolvimento ou eles não tem desenvolvimento porque a empresa não investe nisso?



ouviu a frase: “ninguém nasce pronto”? Costumo dizer que “ninguém nunca está pronto”! Ou seja, necessitamos de aprendizado e crescimento contínuo porque a novidade, o conhecimento e o saber fazer algo diferente funciona como combustível e nos move, incentiva, motiva e nos faz caminhar adiante. A empresa que não se preocupa com programas de desenvolvimento não oferece combustível aos seus funcionários. E depois pergunta-se porque está todo mundo trabalhando em “marcha-lenta”? A resposta é simples: quanto mais e melhor combustível a empresa colocar, mais rápido e potente seu funcionário poderá caminhar!



Então, embora provavelmente sua área de RH não consiga apresentar indicadores precisos de como o investimento no desenvolvimento se traduz em resultados no bottom line*, confie que é a melhor estratégia! Isso não apenas fará com que os profissionais fiquem mais preparados para lidar com os produtos e serviços da empresa, assim como adotar melhores atitudes no ambiente corporativo, mas também, terão mais vontade em permanecer na organização. Ou seja, focar no desenvolvimento também significa trabalhar na retenção das pessoas.



Devemos considerar o desenvolvimento como um “ciclo aberto”. Ou seja, ele não iniciará, nem mesmo terminará na empresa. A organização fará parte, espero que de forma louvável, do ciclo de desenvolvimento dos que ali passarem. E por que isso? A pessoa começa o seu desenvolvimento quando nasce e não termina nunca! Quando pensamos em educação formal, ela também acontece antes do ingresso numa organização: na escola, faculdade, curso de idiomas etc. A passagem por diversas empresas serão novas oportunidades de desenvolvimento. E, pieguices à parte, se cada empresa “fizer a sua parte” nesse ciclo, estará cumprindo uma missão interessante, além de ampliar uma via de mão dupla, pois poderá receber profissionais que foram desenvolvidos por organizações anteriores.



Você pode estar se questionando porque sua empresa precisa investir em desenvolvimento, considerando que contrata profissionais preparados e dentro do perfil? Infelizmente o cenário educacional brasileiro nem sempre nos garante que o profissional teve uma boa base no ensino médio ou na graduação. O país ainda não tem condições estruturais e processuais para garantir e oferecer o aprendizado contínuo. E, como é de interesse natural que as corporações contem com profissionais qualificados, muitas tomam para si esta missão de desenvolvimento.



Procure fazer um levantamento com alguns profissionais que estão desmotivados, insatisfeitos ou que claramente deixaram transparecer sua vontade de buscar outro desafio. Muitas respostas estarão relacionadas ao fato de sentirem-se estagnados, sem aprender coisas novas ou participar de projetos mais complexos. E por que não oferecemos mais aos funcionários? A resposta geralmente é porque não possuem o conhecimento para desenvolver a tarefa, não possuem formação específica naquela área, não possuem experiência etc. E quem pode proporcionar tudo isso? A própria organização! Garanto que é muito mais fácil e produtivo desenvolver quem está dentro e adaptado à cultura organizacional do que contratar pessoas com determinados conhecimentos, mas que não possuem o perfil da organização. Então, desenvolva e ofereça novos desafios continuamente para os profissionais da sua organização!



 



*Bottom line: lucratividade, finanças, resultado financeiro final.



 



Milene Lopes Schiavo é administradora de empresas e publicitária, pós-graduada em Marketing pela ESPM e em Recursos Humanos pela FAAP. Atuou por dez anos no mercado de distribuição de TI em posição executiva nas áreas de Marketing e Recursos Humanos. Atualmente é Consultora de RH, desenvolvendo projetos diversos na área e ministrando treinamentos. Dê sua opinião sobre este artigo ou faça sugestões para nossos colunistas, envie seu e-mail.