E o que você está fazendo para que isso aconteça?

Ao longo da minha carreira em Recursos Humanos um ponto em específico me chamou a atenção: a insatisfação dos profissionais que querem, mas não conseguem, ser promovidos. Muitos já recorreram a mim, seja como responsável pelo RH da empresa, seja como líder da equipe que o profissional faz parte, para falar sobre o assunto. A questão direcionada é: quero, gostaria, preciso ser promovido. A minha resposta costuma ser: e o que você está fazendo para que isso aconteça?

Muitos profissionais acham que serão promovidos por tempo de “casa”. Pode até ser que algumas instituições ainda possuam planos de carreira baseado em tempo de serviço, mas isso é cada vez mais raro. Na maioria das empresas a promoção é concedida para o profissional que demonstra preparo e competência para dar um passo adiante na carreira, independentemente do tempo que tem na empresa.

Outros profissionais acham que devem ser promovidos porque merecem, pois são muito comprometidos com o seu trabalho e com a empresa. Sinto muito informar que, embora comprometimento seja importante e necessário, sozinho não basta para se obter uma promoção. Para se assumir uma posição superior é necessário que o profissional preencha os requisitos necessários com relação às competências, conhecimentos, atitudes e, principalmente, maturidade.

É natural querer ser promovido. Quem não quer? Mas muitos não entendem que é um caminho estratégico que o próprio profissional deve fazer. Quando escuto que a pessoa é um Analista Pleno e quer ser um Sênior, sempre digo: sente na cadeira do Sênior! Trabalhe como Sênior e tenha atitudes de Sênior. Provavelmente a promoção virá. O que não pode é continuar trabalhando como Pleno, com conhecimentos e atitudes de Pleno e achar que deve ser promovido a Sênior. Dificilmente isso acontecerá.

Quando lembro do meu início de carreira, com certeza eu não tinha essa clareza, mas tinha a intuição de que se eu quisesse crescer profissionalmente deveria me dedicar ao máximo, mostrar “serviço” e surpreender com as minhas entregas. Sempre trabalhei mais que o cargo que eu tinha. Sempre mirei nas “cadeiras” adiante e me “sentava” nelas, mesmo não tendo aqueles cargos ainda. Sempre pedi mais responsabilidade e correspondi. Não posso reclamar do retorno que tive na minha carreira. Mas, não vamos ter ilusão... o ônus vem primeiro. O bônus vem depois. Se você trabalha mirando a cadeira à frente, você trabalhará mais e continuará ganhando menos, até a promoção chegar. Mas se você não está disposto a pagar esse “pedágio”, sinto lhe informar, a promoção dificilmente virá e o “bônus” idem.

Se você busca uma promoção que ainda não chegou, convido à reflexão. O que você está fazendo? Como está se posicionando? O quanto está se dedicando ao trabalho? Sabe o que é requerido para a posição que você almeja? Está de fato preparado para ela? Reconhece o que falta para você chegar lá? Faça essa análise. Busque opiniões de pessoas que podem dar um feedback sincero a seu respeito (colegas atuais, ex-colegas e gestores anteriores). Converse abertamente com o seu gestor imediato; demonstrando seu interesse e solicitando orientação do que deve fazer. Autoconhecimento, opiniões sinceras e orientação do seu gestor podem ajudar muito no seu direcionamento e crescimento profissional.

Desejo muito sucesso nessa jornada! Mas, acima de tudo, desejo que tenha muita vontade de fazer acontecer, de surpreender a todos com o seu trabalho e de estar disposto a pagar um “pedágio”, ou seja, ter primeiro o “ônus” até a promoção vir. Eu paguei alguns pedágios ao longo da minha carreira e posso dizer que valeu a pena!

RH | Milene Lopes Schiavo | colunistas@partnersales.com.br