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Jurídico

Retenção de Talentos - Tome a iniciativa e “amarre”quem é valioso

Publicado em 14/07/2008 às 14:00

src=/2008/arquivos/image/colunistas/luiz.jpgMire para o futuro, encontre um lugar para os colaboradores que se destacam e formalize uma proposta para fidelizá-los.

 

Um empresário, à medida que acumula experiência, não tem dificuldade para identificar, entre seus colaboradores, os profissionais que possuem talento e podem se tornar estratégicos para a continuidade ou expansão dos seus negócios.

O problema não está aí e sim no que deve ser feito para reter os empregados que demonstram aptidão e capacidade de desenvolvimento para assumirem atribuições cada vez mais relevantes no organograma da empresa.

 

A lição nº 1 é elementar: não “dormir no ponto”, pois quem tem potencial sabe disso e não fica parado. Quando você acorda, o empregado já está pedindo a conta em busca de outra oportunidade. É importante, então, estar atento e conhecer seus colaboradores. Diretamente ou por meio de avaliações a cargo do RH e/ou de gerentes de área.

 

Torna-se essencial também elaborar planos de carreira, que não se resumam a aumento de salário ou concessão de bônus e benefícios. Quem tem talento não quer só dinheiro. Procura desafios e crescimento profissional. Interessa-se ainda pelo aprimoramento de sua formação, um investimento do qual a empresa certamente tirará proveito.

 

Contratualmente, é possível criar regras e fórmulas que estimulem a retenção de talentos. O mais comum nesses casos é atrelar promoções/concessões ao transcurso de determinado tempo, combinando com o implemento de condições específicas e factíveis.

 

Um ajuste por escrito, com cláusulas claras e objetivas, dará maior segurança para ambas as partes. Antes, contudo, de estabelecer qualquer compromisso com seu empregado, estude bem a situação concreta para não fazer promessas que não possam ser cumpridas. E mesmo para não instituir privilégios que colidam com sua política de gestão de pessoas.

 

Um contrato serve ainda para proteger os investimentos em educação. E deve conter ressalvas para que a empresa não fique, ela sim, “presa” a um talento que, por razões imprevisíveis, se torne dispensável.

 

Assim, para quem nunca pensou de forma ampla e profunda em manter na equipe os empregados que se destacam, fica o recado: mire para o futuro e encontre desde logo um lugar para esses colaboradores. E, sem precipitação e exageros, formule e formalize uma proposta atraente para retê-los e fidelizá-los.

 

Lembre-se que a iniciativa deve ser da empresa, já que a nova geração de talentos é pragmática e ágil. Logo que sente que sua trajetória não é a que programou, vai embora sem olhar para trás.      

 

Luiz Eduardo Moreira Coelho. Advogado Trabalhista e Previdenciário da Coelho Morello Advogados Associados, diretor do Sindicato das Sociedades e Advogados dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Sinsa) e membro do Comitê de Trabalho e Previdência de Estudos da Sociedade de Advogados (CESA).