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Planejamento Estratégico

Transferência de responsabilidades

Moises Bagagi

Publicado em 30/05/2018 às 10:38


As empresas estão cada vez mais adotando um padrão de gestão horizontal, dividindo as responsabilidades e valorizando a cada dia a liderança por projetos.  A forma de gerir verticalmente, onde um manda e os outros obedecem já faz parte do passado.



Mas como isso têm afetado o planejamento estratégico e seus desdobramentos? Quais são os impactos para os colaboradores? Qual a vantagem para os clientes?



Primeiro, é preciso compreender os parâmetros da gestão horizontal. Baseia-se na troca de expertises, organizadas por grupos de trabalhos e projetos, com etapas bem definidas e lideradas por pessoas com foco em resultados sustentáveis e que agregam valor. Fogem do estigma de que o líder é o único – e mais importante – decisor, e de que os projetos precisam ser rentáveis no curto prazo. Ou seja, agregar valor e contribuir para a perpetuação da empresa passou a ser o principal objetivo de um bom planejamento.



Contudo, ao adotar este perfil de gestão, desdobrar o planejamento fica um pouco mais complexo, já que se faz necessário negociar metas e prazos com os grupos de trabalho. Além disso, os projetos têm lideres distintos para cada etapa, o que incorre em um detalhamento mais aberto, com foco nas atividades chave e nas entregas sequenciadas.



O impacto nos colaboradores é positivo, já que cada um tem uma abertura mais completa, focado em suas competências técnicas mais relevantes e, com os processos ajustados para que tudo funcione sem a necessidade de recorrer à instâncias superiores para decisões de pequena e média complexidade. Na verdade, quando se empodera por competências e entregas, a necessidade de recorrer a instâncias superiores para decisões complexas diminuiu substancialmente.



Por fim, os clientes têm a vantagem de lidar com uma empresa mais ágil e estruturada, que não perde o time das decisões e que consegue entregar com qualidade. Ou seja, percebe valor naquilo que recebe e aceita remunerar bem por isso.



A grande armadilha é errar no momento de transferir as responsabilidades. Cada um tem seu papel na estrutura, com atividades distintas e responsabilidades de acordo com suas expertises e posições. Ter uma estrutura de gestão horizontal não significa que o principal executivo irá transferir suas responsabilidades. Ele é o responsável por garantir que os objetivos definidos no planejamento estratégico sejam alcançados.



Por isso, quem faz a gestão da empresa, tem o dever de transferir responsabilidades de acordo com as competências e metas de cada um, mas deve se atentar que as suas responsabilidades são as maiores e, inevitavelmente, intransferíveis.